Diegodg3

	Na aula anterior, você aprendeu que nem todos os verbos são suficientes para dar o sentido total do que se pretende passar. Daí sua transitividade e, às vezes, sua conseqüente necessidade de complementação (objeto direto, objeto indireto). Mas os nomes (complementos nominais) e a voz passiva (agente da passiva) também necessitam de complementos para o pensamento ser claro e total. Esses são os termos integrantes da oração. Além deles, temos os termos acessórios, que não são indispensáveis como os essenciais e os integrantes, mas são importantes para o sentido. Editado por Diegodg3

I. Termos Integrantes da Oração
1. Definição
Termos Integrantes são aqueles que integram, isto é, completam o sentido de verbos e nomes transitivos. São indispensáveis à compreensão da mensagem.
Os termos integrantes da oração são:

 Complementos Verbais: objeto direto e objeto indireto
 Complemento Nominal
 Agente da Passiva

2. Complementos Verbais
2.1 Objeto Direto
Objeto direto é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto; por isso, é complemento verbal, na grande maioria dos casos não preposicionado.
O objeto direto da oração na voz ativa torna-se sujeito da mesma oração na voz passiva. O verbo na voz passiva, portanto, não apresenta objeto direto:

Israel liberta vinte presos políticos. (voz ativa)
                             ODVinte presos políticos são libertados por Israel. (voz passiva)
       sujeito

Podem exercer a função de objeto direto:
 substantivo ou expressão substantivada.
Exemplos:

Vamos fazer justiça.
O amor de João transformava a minha vida.

 pronomes oblíquos (o, a, os, as, me, te, se, nos, vos).
Exemplo:
A sorte pegou-o de surpresa.
 qualquer pronome substantivo.
Exemplos:

A Fórmula 1 perdeu alguém mágico, especial.
Conserve isto na tua memória: vou partir brevemente.

 numeral: A poupança rendeu 1,07% este mês.

uma oração.
Exemplo:
Aprendi que ninguém é completamente mau.
Nesse caso, a oração recebe o nome de oração subordinada substantiva objetiva direta.
2.1.1 Objeto Direto Preposicionado
É o objeto direto que vem acompanhado de uma preposição.
O uso do objeto direto preposicionado é obrigatório:
 para evitar ambigüidade, ou seja, para evitar confusão entre o objeto direto e o sujeito.
Exemplos:

Convenceu ao pai o filho mais velho.

Sem a preposição, não se sabe quem convenceu: o pai ou o filho, ou seja, qual  sujeito e qual o objeto direto.
Venceu ao mal o bem.
Da mesma forma, se a preposição não for colocada, não se sabe quem venceu.
 quando o objeto direto é expresso por um pronome pessoal oblíquo tônico.
Exemplo:

Assim, prejudicas a ti.
O uso do objeto direto preposicionado é facultativo nas seguintes situações:

 quando é formado por substantivos próprios ou comuns referentes a pessoas:
Exemplos:

Amai a Deus sobre todas as coisas.
Convidamos a todos os professores.

 quando é formado por pronomes indefinidos referentes a pessoas.
Exemplo:

Não convencemos a ninguém.

 2.1.2 Objeto Direto Pleonástico
Ocorre quando, a fim de enfatizar uma idéia contida no objeto direto, nós o repetimos empregando um pronome pessoal átono.
Exemplos:

As flores, dei-as a Simone.
Riqueza, desejam-na sempre.
Este livro, eu o comprei ontem.

1.2 Objeto Indireto
Complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, com auxílio de preposição.
Complementa os verbos transitivos indiretos.
O objeto indireto pode ser formado por substantivo ou expressão substantivada, pronome substantivo, numeral ou, ainda, oração subordinada substantiva objetiva indireta. 
As preposições que introduzem o objeto indireto são: a, de, em, para, com, por.
São transitivos indiretos muitos verbos pronominais, como: lembrar-se, esquecer-se, encarregar-se, aborrecer-se, engajar-se, aplicar-se, referir-se, utilizar-se, valer-se, orgulhar-se, gabar-se, etc.


2.2.1 Objeto Indireto Pleonástico
Assim como ocorre com o Objeto Direto Pleonástico, podemos repetir o objeto indireto (por meio de um substantivo ou pronome pessoal) para reforçar a idéia que se quer transmitir.
Exemplo:

A ele, o que lhe deu foi remorso.
A mim ensinaram-me muito bem.

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Importante: pronomes pessoais oblíquos como complementos verbais 
 o, a, os, as (lo, la, los, las, no, na, nos, nas) funcionam como objeto direto.

 lhe, lhes funcionam como objeto indireto.

 me, te, se, nos, vos funcionam como objeto direto ou indireto, dependendo da predicação do verbo. Como é extremamente difícil conhecer a predicação de todos os verbos em português, recorre-se a uma regra prática: substituir o pronome por uma expressão masculina.
Se não aparecer preposição obrigatória, o pronome exercerá a função de objeto direto.

Se aparecer preposição obrigatória, o pronome exercerá a função de objeto indireto.

3. Complemento Nominal
É o termo que complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Vem sempre acompanhado de preposição.
Observe: Ela tem certeza.
"Certeza" é um nome (substantivo) e não possui sentido completo, necessita de um complemento: Ela tem certeza da vitória (complemento nominal).
O complemento nominal pode fazer parte de vários termos como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo.
O complemento nominal pode ser representado por: substantivo ou expressão substantivada, pronome, numeral ou oração (no caso, oração subordinada substantiva completiva nominal).
Exemplos:

Os adversários perderam o respeito (subst.) pela seleção.
A árvore está cheia (adj.) de frutos.
Nós chegamos perto (adv.) dos gorilas.

Outros exemplos:

Ele é perito em computação.
Essa notícia foi desconcertante a todos.
Nossa crença em Deus é grande.
Ele agiu contrariamente aos interesses da empresa.
Essa atitude é benéfica aos dois.
Correu a notícia de que eu tinha acertado a quina.

Observação: no caso de ser representado por pronome átono, o complemento nominal não vem precedido de preposição: Fui-lhes favorável.

3.1 Diferença entre Complemento Nominal e Objeto Indireto
Enquanto o complemento nominal completa o sentido dos nomes (substantivo, adjetivo e advérbio), o objeto indireto completa o sentido de um verbo transitivo indireto.
Exemplos:
Lembrei-me de minha terra natal.
                               OI
Ela manteve seu gosto pelo luxo.
                              Comp. nominal

4. Agente da Passiva
Ocorre em orações cujo verbo se apresenta na voz passiva a fim de indicar o elemento que executa a ação verbal. Vem regido, geralmente, pela preposição por (raramente por de).
Exemplos:

A cidade foi cercada pelo exército.
O aluno é escolhido pelo professor.
A carta foi escrita por mim.

Atenção: O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz ativa.
Exemplo:

Voz Passiva: A maçã foi comida por ela. (agente da passiva)
Voz Ativa: Ela (sujeito) comeu a maçã.

 O agente da passiva, às vezes, não é expresso.
Exemplos:

Eu sou amado.
A casa será vendida.
O processo foi paralisado.

 O agente da passiva pode ocorrer também na voz passiva sintética.
Exemplo: A coleção compõe-se de vários volumes.

Observação: O agente da passiva pode ser representada por: substantivo ou expressão substantivada, numeral, pronome e oração.

Exemplos:

Os bairros da periferia foram muito afetados pela enchente.
O projeto foi elaborado pelos três.
A melhor história foi contada por ele.
O caso foi denunciado por quem cuida da criança.

	Se na voz ativa houver objeto direto e objeto indireto, este continuará sendo objeto indireto na voz passiva.

Exemplo:
Voz ativa: Os professores oferecerão outra oportunidade  ao aluno.
                     sujeito                                  OD                   OI
Voz Passiva Analítica: Outra oportunidade será oferecida pelos professores ao aluno.



II. Termos Acessórios da Oração
1. Definição
Os termos acessórios não são indispensáveis para o entendimento do enunciado, embora acrescentem uma informação nova a um nome ou verbo, determinando-lhes o significado.
Os termos acessórios da oração são:

 Adjunto Adnominal


 Adjunto Adverbial


 Aposto

Observação: O vocativo, que também será visto nesta aula, é um termo classificado à parte, pois não pertence nem ao sujeito nem ao predicado.

2. Termos Acessórios
2.1 Adjunto Adnominal
É o termo que especifica ou delimita o significado de um substantivo. Acompanha sempre o núcleo de uma função sintática (sujeito, objetos, complemento nominal, etc.).
Os adjuntos adnominais são representados na oração por adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, numeral, artigo e oração. No caso desta última, ela será classificada como oração subordinada adjetiva.
Exemplos:

Os longos cabelos da moça me impressionaram.
O homem sem cabelos tinha vergonha.
Bolsas de estudo foram oferecidas para cursos a distância.
Aquelas casas são de meu tio.
Chegaram três amigas de Minas Gerais.
Os cadernos estão sobre a mesa.
A Mata Atlântica, que concentra uma das maiores biodiversidades do planeta, está sendo destruída.

Observação: Quando o adjunto adnominal é expresso por locuções adjetivas, podemos confundi-lo com o complemento nominal.

Vejamos, então, a diferença entre um e outro:
Adjunto Adnominal

caracteriza o substantivo
sentido ativo (mostra quem pratica o ato)

Exemplos:

Amor de mãe (a mãe dá amor)
Aptidão de mãe (aptidão = subst.)

Complemento Nominal

completa sentido do substantivo / adjetivo/ advérbio
sentido passivo (mostra quem sofre o ato)

Exemplos:

Amor à mãe (a mãe recebe amor)
Apta à maternidade (apta = adj.)

2.2 Adjunto Adverbial
É a palavra ou expressão que acompanha um verbo, um adjetivo ou um advérbio modificando a natureza das informações transmitidas por esses elementos. Por isso, o adjunto adverbial é tido como um modificador.
A modificação que o adjunto adverbial confere aos elementos aos quais se liga é de duas naturezas: a primeira, de modificação circunstancial; a segunda, de intensidade.
Exemplos:

Os produtos foram escolhidos aleatoriamente.

Aleatoriamente é adjunto adverbial que modifica o segmento verbal "foram escolhidos".

Natureza do adjunto adverbial: modificador.

O preço do leite aumentou demais.

Demais é adjunto adverbial que intensifica o segmento verbal "aumentou". Natureza do adjunto adverbial: intensificador.
O adjunto adverbial pode ser expresso por advérbio, locução adverbial, pronome oblíquo (comigo, contigo, conosco, convosco) ou oração (oração subordinada adverbial).
Nos anos 30, muitos países europeus já tinham aprovado leis de "higiene racial".
Observe que o mesmo adjunto adverbial pode expressar mais de uma circunstância:

Moramos longíssimo daqui. (lugar e intensidade)
Jamais voltarei a esta cidade. (tempo e negação)
Saiu da sala devagarzinho. (modo e intensidade)

  

2.2.1 Tipos de Adjunto Adverbial
O adjunto adverbial classifica-se de acordo com a idéia que expressa. Vejamos alguns tipos:

causa: Maria fez tudo por amor.
companhia: Só saía com as irmãs.
condição: Farão com o meu auxílio.
dúvida: Talvez a encontre hoje.
finalidade: Viemos para as lições.instrumento: Ele cortou-se com a faca.
intensidade: A mulher se diverte muito no trabalho.
lugar: Sou um lírio na correnteza.
meio: Passei a tentar levar o barco pelo leme.
modo: Volta pacientemente ao ponto de partida para recomeçar.
negação: Não tinha medo.
tempo: A gente não devia crescer nunca.

2.3 Aposto
É o termo que esclarece, explica, desenvolve ou resume outro termo:

Pelé, rei do futebol, é nosso amigo.
O juiz perdoou a ambos, a Pedro e a José.
Meu irmão João é advogado.
Após algum tempo - cinco ou seis minutos - ele voltou.

O aposto tem caráter nominal, ou seja, é representado por nomes e não por verbos ou advérbios.
O aposto aparece, geralmente, entre vírgulas, mas pode também aparecer após dois pontos, entre dois travessões ou até sem essas pausas.
Contudo, sempre explicará um termo antecedente.
 O aposto pode anteceder o nome a que se refere: Pioneiros do desbravamento do sertão, os bandeirantes alargaram as fronteiras. 
 O aposto pode ser representado por uma oração denominada oração subordinada substantiva apositiva.
Exemplo:

Eu só quero dizer isto: eu te amo.

2.3.1 Tipos de Aposto
 Aposto Explicativo: aquele que fornece uma explicação a respeito do substantivo colocado no período.Pode vir entre vírgulas ou travessões e, se deslocado, separado por uma única vírgula.
Exemplos:

Júlio César, imperador romano, foi morto por Brutus, seu filho adotivo.
Médico, Dr. Bento andava sempre a cavalo.

Note que "imperador romano" é um aposto separado por vírgulas, por estar no meio do ; "seu filho adotivo", também aposto, está no final da oração, separado por uma única vírgula.
 Aposto Enumerativo é aquele que particulariza uma informação geral, determinando-a. Normalmente é introduzido por dois pontos.
Exemplos:

Ele vendeu tudo: casa, carro, móveis.
Só queria três coisas, a saber: bebida, música e cama.

Nos exemplos, as palavras tudo e coisas, que possuem sentido geral, foram particularizadas por elementos em uma enumeração.
Além dos dois pontos, o aposto enumerativo pode ser introduzido pelas expressões a saber, isto é, por exemplo.
 
 Aposto Resumitivo é aquele que resume os elementos de um sujeito composto. Geralmente são usadas as palavras tudo, nada, todos, todas.
Exemplos:

Homens, mulheres e crianças, todos foram abrigados nessa casa depois da tempestade.
Casas, lojas, fábricas, tudo foi destruído pela chuva.

Nos dois exemplos os sujeitos compostos estão resumidos pelos pronomes indefinidos tudo e todos.
Aposto Especificativo é aquele que determina, especifica um substantivo usado de modo genérico.
Exemplos:

O jornal "O estado de São Paulo" é um dos melhores do país.
O rio Amazonas deságua no Atlântico.

Morte, onde está tua vitória?
Que olhos, minha amada, os teus!
Por quem dobrais, sinos?

Joana, leia o poema.
Leia, Joana, o poema.
Leia o poema, Joana.

	Português	Módulo 2 - Aula 2

Vimos, nesta aula, os termos integrantes e acessórios da oração. Termos Integrantes são aqueles que integram, isto é, completam o sentido de verbos e nomes transitivos. São indispensáveis à compreensão da mensagem. Os termos integrantes da oração são: complementos verbais (objeto direto e indireto), complemento nominal e agente da passiva. Objeto direto é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto; por isso, é complemento verbal, na grande maioria dos casos não preposicionado. Objeto direto preposicionado é o objeto direto que vem acompanhado de uma preposição. O objeto direto pleonástico ocorre quando, a fim de enfatizar uma idéia contida no objeto direto, nós o repetimos empregando um pronome pessoal átono. Objeto Indireto é complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, com auxílio de preposição. Complementa os verbos transitivos indiretos. Objeto Indireto Pleonástico - podemos repetir o objeto indireto (por meio de um substantivo ou pronome pessoal) para reforçar a idéia que se quer transmitir. Complemento Nominal é o termo que complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Vem sempre acompanhado de preposição. O complemento nominal pode fazer parte de vários termos como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo. Agente da Passiva - Ocorre em orações cujo verbo se apresenta na voz passiva a fim de indicar o elemento que executa a ação verbal. Vem regido, geralmente, pela preposição por (raramente por de). Os termos acessórios não são indispensáveis para o entendimento do enunciado, embora acrescentem uma informação nova a um nome ou verbo, determinando-lhes o significado. Os termos acessórios da oração são: a) adjunto adnominal; b) adjunto adverbial; c) aposto. Adjunto Adnominal é o termo que especifica ou delimita o significado de um substantivo. Acompanha sempre o núcleo de uma função sintática (sujeito, objetos, complemento nominal, etc.). Adjunto Adverbial é a palavra ou expressão que acompanha um verbo, um adjetivo ou um advérbio modificando a natureza das informações transmitidas por esses elementos. Aposto é o termo que esclarece, explica, desenvolve ou resume outro termo. Vocativo é termo independente, pois não pertence nem ao sujeito e nem ao predicado. É o termo utilizado para chamar, interpelar algo ou alguém.

Pergunta:
O adjunto adverbial de causa está em:

 

Pergunta:
Em todas as frases, os termos entre aspas estão corretamente classificados, exceto em: