Módulo 2 Aula 6 - Regência Verbal e Regência Nominal





Objetivo
Aula 6  - Regência Verbal e Regência Nominal.
Nessa aula, vamos estudar a regência, relação entre os elementos determinantes (regidos). Se o termo regente for um verbo, teremos regência verbal; se for um nome, teremos regência nominal.
Primeiramente, veremos a regência verbal e, em seguida, a nominal.
Editado por Diegodg3








 I. Regência Verbal
II)1. Definição.
Regência verbal é a relação de dependência que existe entre um verbo e seu complemento.
O elemento que pede complemento é o termo regente; aquele que o completa é o termo regido.
Na verdade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo e qual a preposição relacionada com ele.
Deve-se observar que há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar o significado.
Exemplos:
José não tarda a chegar.               José não tarda em chegar.
Esforcei-me por não contrariá-la.  Esforcei-me para não contrariá-la.
Além disso, existem verbos que mudam de regência quando se altera o significado.
Exemplos:
Aspirei o aroma das flores. (aspirar = sorver)
Aspirei a um bom cargo. (aspirar = desejar)
Olhe para ele. (olhar = fixar o olhar)
Olhe por ele. (olhar = cuidar)
2. Regência de Alguns Verbos
 Assistir
Dependendo da preposição usada, ele passa a ter significados diferentes, ou seja:
1. Sentido de ver. Pede o uso da preposição a, portanto o complemento é OI.
Exemplos:
O garoto assiste ao filme.
A menina assiste à reunião.
Note que, no segundo exemplo, o substantivo usado é feminino e, portanto, existe a necessidade do acento grave indicativo da crase, pois dois sons iguais se juntaram, o a (preposição pedida pelo verbo) e o a (artigo definido).

  Cuidado!
Quando assistir tiver sentido de ver, não se pode substituir o objeto indireto pelo pronome oblíquo lhe (temos que usar o pronome reto preposicionado).
Exemplo:
Assisti ao filme.         Assisti a ele.
2. Sentido de socorrer, ajudar, prestar assistência. Pode ser VTD (sem preposição) ou VTI, com a preposição a.

Observação: A construção como verbo transitivo direto é mais comum.
Exemplo:
O médico assiste o doente.
O médico assiste ao doente.
Note que os dois períodos têm a mesma intenção (socorrer), mas cuidado para não confundir o sentido da segunda construção.
A troca dos complementos verbais por pronomes oblíquos é normal:
O médico o assiste.
O médico lhe assiste.
3. Sentido de ter direito. É verbo transitivo indireto com a preposição a.
Exemplos:
Essa atitude não assiste a João.
Esse comentário assistiu ao garoto.
Quanto à troca dos objetos por pronomes, ela é feita de forma comum:
Exemplos:
Essa atitude não lhe assiste.
Esse comentário lhe assistiu.
4. Sentido de morar, residir. Pede o uso da preposição em, mas o complemento será um adjunto adverbial de lugar. É verbo intransitivo.
Exemplos:
O rapaz assiste em Santos.
Quando assistia em Manaus, a vida era mais fácil que hoje. Logo:
 Os verbos:
Ir, chegar, dirigir-se, voltar pedem a preposição a, na indicação de destino, e de, na indicação de procedência. São verbos intransitivos.
Exemplos:
Ele vai ao cinema. (ao = preposição a + artigo o)
Cheguei à escola cedo.
Dirigi-me ao teatro rápido. (ao = preposição a + artigo o)
Voltei à cidade de São João depois de muitos anos.
Note que a indicação de lugar é circunstância, e não complementação. Classificamos como Adjunto Adverbial de Lugar.
Quando houver, na oração, um verbo intransitivo, com a preposição a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às): Vou à Bahia.

  Cuidado!
Os verbos ir e voltar admitem o uso da preposição para, com uma pequena alteração semântica (sentido) em relação ao uso da preposição a. Com para, esses verbos dão a idéia de estabelecer residência, demorar; com a, a idéia é de permanência curta.  
Exemplos:
Vou a Santos.
Vou para Santos.



 Aspirar:
1. Sentido de inspirar. É verbo transitivo direto, pede objeto direto.
Exemplos:

A garota aspira o aroma das flores.
Ele aspira o perfume da garota.
2. Sentido de desejar, almejar. Exige complemento com a. Verbo transitivo indireto com objeto indireto.
Exemplos:

O chefe aspira a altos salários.
O atleta aspira a um lugar entre os vencedores.
 Querer
1. Sentido de desejar. Exige complemento sem preposição. É verbo transitivo direto, que pede objeto direto.
Exemplo:

Eu quero o sucesso de meus amigos.
2. Sentido de amar, estimar. Pede a preposição a - verbo transitivo indireto com OI.
Exemplo:

A mãe quer muito ao filho.
 Namorar
É sempre verbo transitivo direto. Possui os significados de inspirar amor a, galantear, cortejar, apaixonar, seduzir, atrair, olhar com insistência e cobiça, cobiçar.

Maria namorava o filho do delegado.
O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.
Eu estava namorando este cargo há anos.


  Cuidado!
Esse verbo não admite a preposição com, que dá idéia de companhia, não passada pelo verbo. Se você namora com Maria, quer dizer que você namora na companhia dela e não a ela.
 Obedecer e Desobedecer
Os dois verbos são antônimos e, por isso, recebem a mesma construção. Pedem a preposição a - portanto, são transitivos indiretos com OI.
Exemplos:

Pedro obedece ao tio.
Maria desobedece à mãe.
 Agradecer, Perdoar, Pagar.
São verbos transitivos diretos e indiretos, ou seja, pedem dois complementos:

 objeto direto para coisas;


 objeto indireto, introduzido pela preposição a, para pessoas.
Exemplos:

Agradeci o presente ao tio.
Perdoei a ofensa ao garoto.
Paguei a conta ao rapaz.
Cuidado: Às vezes, por causa do sentido, podemos mudar a construção da frase:

Exemplo: Paguei a conta do tio.
Note que continuou sendo usado o objeto direto referente à coisa, mas a preposição colocada foi a preposição de (a conta pertencente ao tio).
 Informar, Certificar, Avisar
São verbos transitivos diretos e indiretos, admitindo duas construções: informar algo a alguém ou informar alguém de algo.
Exemplos:

Certifiquei o pai da reunião de sábado.
Certifiquei ao pai a reunião de sábado.


  Cuidado!
Se o período for construído com dois objetos diretos ou dois indiretos, estará incorreto.
Exemplo:

Certifiquei o pai a reunião de sábado.
Certifiquei ao pai da reunião de sábado.
 Preferir
Tem sentido de gostar mais de. É usado com objeto direto (para aquilo de que se gosta) e objeto indireto com a preposição a (para aquilo de que não se gosta).
Exemplos:

Ele prefere bolo a salgado.
Aquela garota prefere cinema a teatro.


  Cuidado!
O verbo preferir já significa gostar mais de, portanto não admite a construção mais ... do que. Ela é popular, mas não gramatical.
 Visar
1. No sentido de apontar, mirar, exige complemento sem preposição - verbo transitivo direto.
Exemplo:

O aluno visou a parede da sala.
2. No sentido de assinar, vistar, dar visto também é verbo transitivo direto.
Exemplo:

O gerente do banco não visou aquele cheque.
3. No sentido de ter em vista, é verbo transitivo indireto - exige complemento com a preposição a.
Exemplo:

O garoto visa ao campeonato.
 Simpatizar e Antipatizar.
São verbos que não admitem o pronome se, mas usam a preposição com.
Exemplos:

Ela simpatiza com João.
O menino antipatiza com a garota.
 Esquecer e Lembrar
São verbos que admitem construção com objeto direto ou com objeto indireto.
1. Quando não apresentam pronome oblíquo, exigem complemento sem preposição (OD):

Esqueci o seu nome.
O aluno lembrou tudo.
2. Quando apresentam pronome oblíquo, exigem complemento (OI) com a preposição de.
Exemplo:

Esqueci-me do seu nome.
O aluno lembrou-se de tudo.

 Custar
1. Será verbo transitivo indireto, com a preposição a, quando significar ser difícil. Nesse caso o verbo custar terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.
Exemplo:
Custou à aluna aceitar o erro.
Custa-me crer em suas mentiras.
2. Custar será verbo transitivo direto e indireto (com a preposição a), quando significar causar trabalho, transtorno.
Exemplo:
Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.
 Abdicar = renunciar.
Abdicar pode ser verbo transitivo direto ou intransitivo indireto (com a preposição de), e também verbo intransitivo.
Exemplos:
O imperador abdicou o trono.
O imperador abdicou do trono.
O imperador abdicou.
 Atender
1. No sentido de receber, responder será verbo transitivo direto.
Exemplo:
O diretor atenderá os alunos.
2. No sentido de dar atenção, verá transitivo indireto, com a preposição a.
Exemplo:
Vou atender ao que me pede.
 Implicar
1. No sentido de fazer supor, dar a entender, produzir como conseqüência, acarretar, será verbo transitivo direto.
Exemplo:
Sua atitude implica demissão.
2. No sentido de envolver alguém, será verbo transitivo direto e indireto, com a preposição em.
 
Exemplo:

A polícia implicou o acusado em crime de recepção.
3. No sentido de ser implicante, antipatizar, será sempre verbo transitivo indireto, com a preposição com.
Exemplo:
Ele sempre implica com a irmã.
 Investir
1. No sentido de empossar, será verbo transitivo indireto, com a preposição em.
Exemplo:
João foi investido em cargo de confiança.
2. No sentido de empregar dinheiro, será verbo transitivo direto.
Exemplo:
João investiu todo seu dinheiro em ações.
3. No sentido de atacar, pode ser verbo transitivo direto ou transitivo indireto com as preposições com ou contra.

Exemplos:

Quando a onda investe a praia. (VTD)
Pedro investiu com (contra) os árabes. (VTI)
 Agradar

1.
No sentido de acariciar ou contentar, será VTD.

Exemplos:
A garotinha ficou agradando o cachorrinho por horas.
2. Será VTI, com a preposição a, quando significar ser agradável, satisfazer.
Exemplo:
A canção agradou ao público.
 Servir
1. No sentido de pôr sobre a mesa, prestar serviço é transitivo direto.
Exemplo:
O secretário serve o diretor.
2. No sentido de ser útil, convir é verbo transitivo indireto, com a preposição a.
Exemplo:
Este homem não serve a você, minha filha.
II. Regência Nominal
A regência nominal consiste na relação de dependência que se estabelece entre os nomes (substantivos e adjetivos). Os elementos dependentes recebem, na análise sintática, o nome de complemento nominal.
Eis alguns exemplos de regência nominal: substantivos e adjetivos acompanhados de suas preposições mais freqüentes.







Português Módulo 2 - Aula 5
Vimos, nesta aula, a regência verbal e a nominal.
Regência verbal é a relação de dependência que existe entre um verbo e seu complemento.
O elemento que pede complemento é o termo regente; aquele que o completa é o termo regido.
Na verdade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo e qual a preposição relacionada com ele.
Deve-se observar que há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar o significado.
Além disso, existem verbos que mudam de regência quando se altera o significado.
Vimos a regência de alguns verbos.
A regência nominal consiste na relação de dependência que se estabelece entre os nomes (substantivos e adjetivos). Os elementos dependentes recebem, na análise sintática, o nome de complemento nominal.




Pergunta: Fonte: Uberlândia
Nas frases seguintes, há uma apenas em que a regência verbal está correta. Assinale a alternativa em que isso ocorre.




Pergunta: Fonte: U.F.F.
Assinale a frase que apresenta erro de regência verbal:

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