Módulo 2 Aula 4 - Periodo Composto





Objetivo
Período Composto
Estudaremos nessa aula, o periodo simples (formado por uma só oração) e o periodo composto (duas ou mais orações)
Editado por Diegodg3










II) Definição.
Vimos, na aula 1 deste módulo, que período é a frase constituída de uma ou mais orações.

O período pode ser:
 simples - quando é formado por uma só oração, que então é chamada de absoluta.

 composto - quando formado por duas ou mais orações (cada oração pressupõe um verbo ou locução verbal).
Portanto chama-se período composto aquele formado por duas ou mais orações, as quais poderão estar se completando ou se aproximando a fim de se obter uma informação completa. Essa aproximação ou complementação pode acontecer através do uso de conjunção (vista na aula de morfologia) ou não.
Exemplos

Tudo começou e terminou a partir de sua mentira.
Quando a chuva começou eu estava na cidade.
No primeiro exemplo temos duas orações, em que cada uma vale por si. No segundo exemplo, as informações se completaram para criar um sentido claro. O que os dois exemplos têm em comum é que ambos são compostos.
O período pode ser composto por coordenação e por subordinação.



2. Coordenação:
Coordenação é o relacionamento de termos da mesma função sintática dentro da oração ou de orações com funções sintaticamente equivalentes dentro de um período.
No período composto por coordenação, a primeira oração tem independência sintática em relação às demais. Cada oração vale por si, embora a expressão completa do pensamento do autor dependa da coordenação das duas orações.

As orações coordenadas classificam-se em:

2.1 Orações Coordenadas Assindéticas:
São aquelasem que o conectivo não vem expresso; elas aparecem separadas por vírgulas, ponto-e-vírgula ou dois pontos.



Exemplo:
Vim, vi, venci.
Pedro, pára, pensa.
Uma paixão nem sempre é turbulenta: há paixões tranquilas.
2.2 Orações Coordenadas Sindéticas:  são aquelas que apresentam algum tipo de conectivo. Exemplo:
João pára e pensa.
A primeira oração é coordenada assindética e a segunda, sindética.
As orações coordenadas sindéticas recebem o nome da conjunção que as inicia:
2.2.1 Aditivas:
Estabelecem relação de adição, de soma entre as orações.

Exemplo: A garota fala e sorri ao mesmo tempo.
A conjunção e aproxima as duas idéias, somando-se a segunda à primeira. A segunda oração é uma oração coordenada sindética aditiva.
Principais conjunções aditivas: e, nem, mas também, etc.
2.2.2 Adversativas:
Estabelecem uma relação de adversidade, de oposição, de contraste.
Exemplo: A comida mineira estava boa, mas comi pouco.
Se a comida estava boa, espera - se que se coma muito; a idéia seguinte, porém, indica oposição ao esperado; nessa medida, temos uma adversidade. A segunda oração é oração coordenada sindética adversativa
Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, etc.
Importante: quando a conjunção e for usada em uma oração coordenada sindética adversativa, ela não terá valor aditivo, mas adversativo.
Exemplo:

Deitei-me e não pude dormir. (= Deitei-me, mas não pude dormir)
Quis chorar e não consegui. (= Quis chorar, mas não consegui)
Nos dois períodos, a conjunção e enfatiza a idéia de oposição.
 

2.2.3 Conclusivas:
Estabelecem relação de conclusão, de conseqüência.
Exemplo:Penso, logo existo.
A conjunção logo puxou a conclusão a que se chega através do estímulo provocado pelo primeiro período. A segunda oração é coordenada sindética conclusiva.
Principais conjunções conclusivas: portanto, logo, por conseguinte, então, pois (depois do verbo), etc.
2.2.4 Alternativas:
Estabelecem relação de alternância, de escolha entre duas orações.
Exemplos

Faça os exercícios ou ficará sem entender a matéria.
As ações não podem acontecer simultaneamente, por isso a idéia de alternância. A segunda oração é uma coordenada sindética alternativa.
Principais conjunções alternativas: ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.

2.2.5 Explicativas:
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na oração anterior.
Aquelas cujo segundo período justifica a ocorrência do primeiro.
Exemplo

Faltei à aula, pois estava gripado.
A segunda oração é uma coordenada sindética explicativa.
Principais conjunções explicativas: pois (antes do verbo), que, porque, visto que, porquanto, etc.


  Dica!
É muito comum haver confusão entre a oração explicativa e a conclusiva, pois elas são semelhantes. Por isso, existe uma regra prática: quando a oração for explicativa, deve-se colocar a palavra pois no início do segundo período; se o sentido se mantiver igual, a oração será explicativa.
Exemplo:

Ela caiu porque escorregou.
Ela caiu, pois escorregou.
Note que os sentidos se mantiveram iguais, logo a oração é coordenada explicativa.
Se a oração for conclusiva, a palavra pois deverá ser colocada após o verbo da segunda oração; se o sentido se mantiver, ela será conclusiva.

Exemplo:
A criança era muito pequena; não conseguia, pois, entender a nossa conversa.



3. Subordinação.
Subordinação é o relacionamento de termos dependentes e também de orações dependentes dentro de um período. Na subordinação sempre existe um termo subordinante - também chamado de regente ou de oração principal - e um termo subordinado (também chamado de regido ou de oração dependente).
As orações subordinadas funcionam sempre como um termo essencial, integrante e acessório da oração principal. Como elas têm valor de substantivo, adjetivo e advérbio, são classificadas como substantivas, adjetivas e adverbiais.

3.1 Orações Subordinadas Substantivas:

Completam o sentido da oração principal, exercendo a função sintática de substantivo, a saber: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto. Vêm introduzidas por conjunção integrante: que ou se.

  Dica!
As conjunções que e se serão identificadas como integrantes quando puderem ser trocadas por isto ou disto e o sentido do período se mantiver.
Exemplo:
Desejo que eles saibam a verdade.
Desejo isto.
Como não houve mudança de sentido, a conjunção é integrante e a oração é uma subordinada substantiva
3.1.1 Subjetiva:
Quando exercem a função sintática de sujeito da oração principal.

Exemplo:



Observação: Normalmente, a oração principal está na terceira pessoa do singular e não ocorre sujeito dentro de seus limites, pois o sujeito é a oração subordinada.
Outro exemplo:


Note que a oração está na ordem inversa; na ordem direta, temos: Isto é possível. (= A vinda dele é possível).

Logo: É possível: oração principal.
         que ele venha: oração subordinada substantiva subjetiva.

3.1.2 Objetivas Diretas:
São as orações que exercem a função de objeto direto da oração principal.
Exemplo:


 

3.1.3 Objetivas Indiretas
São as orações que exercem a função de objeto indireto da oração principal.
Exemplo:

3.1.4 Completivas Nominais
São as orações que exercem a função de complemento nominal de um termo da oração principal.
Exemplo:


3.1.5 Predicativas
São as orações que exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal.
Exemplo:


3.1.6 Apositivas
são as orações que exercem a função de aposto de um termo da oração principal.
Exemplo:


As orações apositivas não podem ser substituídas por isso, esse, essa, etc. Elas são fáceis de identificar, pois vêm depois de dois-pontos e, muito raramente, entre vírgulas.
Observação: As orações subordinadas substantivas podem ser introduzidas por pronomes interrogativos (que, quem, quanto) e advérbios interrogativos (como, onde, quando, por que):

Quero saber como saíram daqui.
Todos querem saber quem são os culpados.



3.2 Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto adverbial de outras orações e vêm, normalmente, introduzidas por uma das conjunções subordinativas (exceto as integrantes).
Dormiram porque estavam cansados.
                 or. subordinada adverbial

Dormiram de cansaço.
                                                      adj. adverbial
As orações subordinadas adverbiais são classificadas de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que as introduz.
3.2.1 Causais - indicam a causa da ação expressa pelo verbo da oração principal.
Exemplos:

Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, porquanto, como, etc.
3.2.2 Temporais - indicam a circunstância de tempo em que ocorre a ação do verbo da oração principal.
Exemplo:

Principais conjunções temporais: quando, enquanto, apenas, mal, logo que, antes que, depois que, até que, desde que, etc.
3.2.3 Finais - indicam a finalidade, o objetivo do fato enunciado na oração principal.
Exemplo:


Principais conjunções finais: a fim de que, para que, porque, que, etc.
3.2.4 Proporcionais - exprimem circunstância de proporção, entendendo-se como tal a relação existente entre duas coisas, de modo que qualquer alteração em uma delas implique alteração na outra.
Exemplo:


Principais conjunções proporcionais: à medida que, à proporção que, (quanto mais) ... tanto mais, ao passo que, etc.
3.2.5 Condicionais - indicam a situação necessária para que ocorra ou não a ação do verbo da oração principal.
Exemplo:

Principais conjunções condicionais: se, salvo se, caso, exceto se, contanto que, sem que, a menos que, desde que, etc.
3.2.6 Consecutivas - indicam a conseqüência resultante do fato expresso pelo verbo da oração principal.
Exemplo:
O menino correu tanto que chegou cansado.
Observação: A locução para que antecedida de muito ou demais introduz uma oração consecutiva: O filme era muito bom para que eu deixasse de vê-lo.
Principais conjunções consecutivas: (tanto)...que, (tão)...que, (tal)...que, (tamanho)...que etc.
3.2.7 Comparativas - estabelecem uma comparação com o fato indicado pelo verbo da oração principal.
Exemplo:



Principais conjunções comparativas: como, (tal) ... qual, (tão) ... como, (tanto) ... quanto, (mais) ... que, (menos) ... que, etc.
3.2.8 Conformativas - indicam uma conformidade, um acordo entre o fato que expressam e a ação do verbo da oração principal.
Exemplo:

Principais conjunções conformativas: conforme, segundo, como, consoante, etc.
3.2.9 Concessivas - indicam uma concessão à idéia expressa pelo verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado.
Exemplo:

Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, apesar de que, se bem que, conquanto, etc.



 3.3 Orações Subordinadas Adjetivas
Têm valor de adjetivo, modificando um termo da oração principal. Funcionam, portanto, como adjunto adnominal. São sempre introduzidas por pronome relativo: que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, onde, cujo, quanto, etc.
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas e explicativas.
 3.3.1 Adjetivas Restritivas
As orações subordinadas adjetivas restritivas são orações que restringem ou limitam a significação do termo antecedente (substantivo ou pronome). São indispensáveis ao sentido do período e não se separam da oração principal por vírgula.
Exemplos:
Pedra que rola não cria limo.
O homem que trabalha vence na vida.
Observe que as orações sublinhadas estão restringindo o sentido do termo antecedente (pedra e homem, respectivamente). Somente as pedras que rolam é que não criam limo, da mesma forma que apenas vencem na vida os homens que trabalham.
 3.3.2 Adjetivas Explicativas
As orações subordinadas adjetivas explicativas não restringem o sentido do antecedente, mas acrescentam uma informação que pode ser eliminada sem causar prejuízo para a compreensão da frase. Vêm sempre separadas da oração principal por vírgula.
Exemplo:
O Brasil, que é o país mais extenso da América do Sul, tem 8.500.000 km.
A oração adjetiva explicativa que é o país mais extenso da América do Sul pode ser suprimida sem que a compreensão da frase fique prejudicada.
 4. Orações Desenvolvidas e Reduzidas:

Todos os tipos de orações subordinadas estudadas, recebem também o nome de oração desenvolvida, isto é, vem com o conectivo e tem o verbo no indicativo, subjuntivo ou imperativo.

Há também as orações que podem vir reduzidas, ou seja, abreviadas ou simplificadas. Vêm sem conectivos (conjunção ou pronome relativo) e com o verbo em uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Exemplos:
Estudando sem método, seremos aprovados. (reduzida)
Se estudamos sem métodos, seremos reprovados.(desenvolvida).
Sendo pobre, ainda assim auxiliava os mais pobres. (oração reduzida);
Embora fosse pobre, ainda assim auxiliava os mais pobres. (oração desenvolvida)

 Orações reduzidas no infinitivo:

A melhor política é (oração principal) ser honesto( Oração Subordinada. Substantiva Predicativa, reduzida de infinitivo).
 Oração Reduzida de Gerúndio: Temendo a reação do pai (Oração Subordinada. Adverbial. Causal, reduzida de gerúndio), não contou a verdade ( oração principal).
 Oração Reduzida de Particípio: Terminado o espetáculo (Oração. Subordinada. Adverbial.Temporal, reduzida de particípio), todos aplaudiram ( oração principal).
As orações subordinadas seguem o seguinte critério:
Oração Subordinada Substantiva: é sempre reduzida  de infinitivo;
Oração Subordinada Adjetiva: sempre reduzida de gerúndio ou particípio;
Oração Subordinada Adverbial: reduzida de qualquer forma nominal.

  Cuidado!
Locução verbal e tempo composto não formam orações reduzidas.


 

Português Módulo 2 - Aula 3
Nessa aula, vimos:
Que período pode ser composto por coordenação e por subordinação.
Coordenação é o relacionamento de termos da mesma função sintática dentro da oração ou de orações com funções sintaticamente equivalentes dentro de um período.
As orações coordenadas classificam-se em:
Coordenadas assindéticas - são aquelas em que o conectivo não vem expresso; elas aparecem separadas por vírgulas, ponto-e-vírgula ou dois pontos.
Coordenadas sindéticas - são aquelas que apresentam algum tipo de conectivo.
As orações coordenadas sindéticas recebem o nome da conjunção que as inicia:
Aditivas - estabelecem relação de adição, de soma entre as orações.
Adversativas - estabelecem uma relação de adversidade, de oposição, de contraste.
Conclusivas - estabelecem relação de conclusão, de conseqüência.
Alternativas - estabelecem relação de alternância, de escolha entre duas orações.
Explicativas - indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na oração anterior.
Subordinação é o relacionamento de termos dependentes e também de orações dependentes dentro de um período.
As orações subordinadas funcionam sempre como um termo essencial, integrante e acessório da oração principal. Como elas têm valor de substantivo, adjetivo e advérbio, são classificadas como substantivas, adjetivas e adverbiais.
Orações Subordinadas Substantivas - Completam o sentido da oração principal, exercendo a função sintática de substantivo, a saber: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto. Vêm introduzidas por conjunção integrante: que ou se.
As orações subordinadas substantivas classificam-se em:
Subjetivas - quando exercem a função sintática de sujeito da oração principal.
Objetivas Diretas - são as orações que exercem a função de objeto direto da oração principal.
Objetivas Indiretas - são as orações que exercem a função de objeto indireto da oração principal.
Completivas Nominais - são as orações que exercem a função de complemento nominal de um termo da oração principal.
Predicativas - são as orações que exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal.
Apositivas - são as orações que exercem a função de aposto de um termo da oração principal.
As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto adverbial de outras orações e vêm, normalmente, introduzidas por uma das conjunções subordinativas (exceto as integrantes).

Classificam-se em:
Causais - indicam a causa da ação expressa pelo verbo da oração principal.
Temporais - indicam a circunstância de tempo em que ocorre a ação do verbo da oração principal.
Finais - indicam a finalidade, o objetivo do fato enunciado na oração principal.
Proporcionais - exprimem circunstância de proporção, entendendo-se como tal a relação existente entre duas coisas, de modo que qualquer alteração em uma delas implique alteração na outra.
Condicionais - indicam a situação necessária para que ocorra ou não a ação do verbo da oração principal.
Consecutivas - indicam a conseqüência resultante do fato expresso pelo verbo da oração principal.
Comparativas - estabelecem uma comparação com o fato indicado pelo verbo da oração principal.
Conformativas - indicam uma conformidade, um acordo entre o fato que expressam e a ação do verbo da oração principal.
Concessivas - indicam uma concessão à idéia expressa pelo verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado.
Orações Subordinadas Adjetivas têm valor de adjetivo, modificando um termo da oração principal. Funcionam, portanto, como adjunto adnominal. São sempre introduzidas por pronome relativo: que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, onde, cujo, quanto, etc.
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas e explicativas.

Todos os tipos de orações subordinadas estudadas recebem também o nome de oração desenvolvida, isto é, vêm com o conectivo e têm o verbo no indicativo, subjuntivo ou imperativo. Há também as orações que podem vir reduzidas, ou seja, abreviadas ou simplificadas. Vêm sem conectivos (conjunção ou pronome relativo) e com o verbo em uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).




Pergunta:

“Assim nos encontrou nesta contemplação Zé Brás, com o doce aviso de que estava na mesa a ceiazinha”.
A oração sublinhada é:


Pergunta:
Assinale o período em que há oração substantiva predicativa:

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